Fora da lei

“O álcool faz 25 vezes mais vítimas do que as drogas ilegais somadas. Se o que faz mal deve ser ilegal, álcool e cigarro deveriam declarados ilegais" (Carlos Minc, Ministro do Meio Ambiente).

Violento e destrutivo

Frase do deputado federal Luciano Pizzato (DEM-PR) sobre a função social da motosserra: "O que defensores do meio ambiente devem entender é que o universo é violento e destrutivo. Ao derrubar uma árvore, estamos na verdade dando o direito de outra nascer". Certamente o deputado paranaense deveria se condecorado pelo governador Blairo Maggi, de Mato Grosso, com a Ordem da Motosserra.

Pantanal ameaçado por 110 hidrelétricas

Quando pesquisadores do mundo inteiro, inclusive do Brasil, entraram na sala em que se realizou o workshop “Influências de usinas hidrelétricas no funcionamento hidro-ecológico do Pantanal, Brasil”, durante a 8a Intecol (Conferência Internacional de Áreas Úmidas), muitos já sabiam das dificuldades que seriam mencionadas. O que surpreendeu, porém, foi a possibilidade de todos os problemas serem somados e multiplicados pela incrível e assustadora marca de 110 obras previstas para a região (algumas já instaladas). Elas são 29 barragens em operação ---7 UHEs, 16 PCHs e 6 CGHs; 10 PCHs em construção; 29 em projeto básico--- em processo de licenciamento, após a licença prévia e antes da licença de instalação; 29 PCHs em estudos de inventários; 17 estudos de inventários de rios e 1 estudo de viabilidade de uma UHE, a grande maioria no Estado de Mato Grosso.

“O número de projetos é muito grande! Não pode mais construir barragens se já foi confirmado que elas influenciam tanto assim no Pantanal. É necessário produzir um estudo que verifique qual o número máximo de hidrelétricas que o Pantanal suporta”, conclui Yara Medeiros, coordenadora do Núcleo de Ecomunicadores dos Matos (NEM- MT/MS), participante do workshop.

A exposição de estudos de pesquisadores de várias áreas pode afirmar que as hidrelétricas já existentes nos rios que formam o Pantanal estão alterando o pulso de inundações na planície e isso prejudica a biodiversidade da região, limitando a migração de peixes que sobem os rios para reprodução, retendo organismos aquáticos importantes para a alimentação de animais e vegetação durante a cheia, sem contar o impacto social nas comunidades ribeirinhas atingidas pelas barragens, só para citar alguns problemas gerados pelas construções.

A pesquisadora Débora Calheiros, organizadora do evento, ressalta que sempre foi verificado, para a elaboração do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), os impactos ou sua possibilidade apenas a unidade do empreendimento, mas nunca foi feito um estudo que demonstrasse os impactos gerados pela instalação do conjunto de hidrelétricas. Portanto, também nunca foram analisadas as alterações que isso pode acarretar em todo um sistema e região, como é o caso do Pantanal, que necessita da vazão natural das águas dos rios do planalto para garantir o fluxo de cheias e secas na planície.

Segundo a especialista em recursos hídricos da SEMA/ IMASUL, Elisabeth Arndt, Mato Grosso do Sul tem três barragens já construídas na Bacia do Alto Paraguai (BAP), todas no rio Correntes, e outras em processo de estudo e implantação: duas no rio Coxim, uma no rio Jauru e outra no Taquari. “A soma de todas as obras previstas e instaladas na BAP assustou a todos os participantes do workshop”.

Quando perguntamos ao representante da Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia (EPE/MME) por que nunca foi elaborado um estudo integrado dos impactos ele nos respondeu que nunca havia sido solicitado tal estudo. Então está mais que na hora de unir-nos (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e estudarmos criteriosamente essas informações”, sugere. Como resultado os coordenadores do workshop estão concluindo o documento final contendo sugestões de ações concretas para amenizar o impacto das hidrelétricas no Pantanal. (clique aqui e veja as recomendações).

Uma causa alegre

Somos um grupo de pessoas imbuído do propósito de impedir que a vida na Terra se torne insuportável . Sem presunção ou arrogância , temos na alma a certeza de que essa é um grande causa , talvez a mais nobre da humanidade em nossos tempos . Nosso foco principal é o Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul , mas o desejo de preservação ambiental se estende ao planeta inteiro .

Apoiar esta causa , dizer não à rápida devastação e deterioração dos recursos , é uma decisão que certamente melhorará a vida de todos e dará às gerações futuras, filhos e netos de todos nós , a alegria de herdar a Terra como nossos avós a deixaram para nós — bela , aprazível , gostosa , habitável. Temos a obrigação de guardar e manter o estoque de beleza do nosso planeta e o Planeta Pantanal . Abraçar esta causa é uma necessidade urgente e imperiosa .

Nosso objetivo é oferecer espaço e estimular um debate definido como crítico , pluralista e apartidário , desde que em defesa do ambiente de um modo amplo e o Pantanal particularmente . O objetivo é fazer com que mais e mais gente participe e discuta, individual e coletivamente , através de criação de redes sociais . Desejamos que todos saiam da neutralidade e participem do debate , ainda que as posições sejam divergentes .

Temos a certeza de que esta é uma causa alegre e justa , em defesa da vida contra a morte , em defesa do belo contra o monstruoso, em defesa da preservação contra a extinção . Aqui , vamos disponibilizar o máximo de conhecimento sobre o Pantanal , pois partimos da crença de que necessário conhecer para preservar . O ambiente precisa de amigos . Nosso objetivo é conquistá-los.

DIRETORIA
Presidente: Hamilton Wander de Medeiros
Vice-Presidente: João Campos Correa
Secretária: Ana Karla Loureiro
2º Secretário: Rubens Moraes da Costa Marques
1° Tesoureiro: Antonio de Jesus Abreu Holsbach
2ª Tesoureira: Rosemary da Rocha Ferreira

Planeta Pantanal

Airton Farias
diretor de operações

Luca Maribondo
editor de conteúdo
luca.maribondo@uol.com.br

Allison Ishy
colaborador

Yara Medeiros
colaboradora

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Tel./ fax : (67)3301-8689
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